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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Ely Santantonio
Curto&Grosso

Uma vida agitada II


Em 1995 fui detido com três seguranças (um deles entrou armado de um 38) dentro da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. O presidente, então, era o deputado Gilmar Fabris. O secretário de Comunicação, meu arqui-inimigo ainda dos tempos do governo Jayme Campos, o jornalista Paulo Leite.

Na época, rompido com Dante de Oliveira, sem recursos para tocar o Liberal, vendi uma gráfica que o deputado Roberto França tinha me dado dois anos antes, outros bens na Capital e fui mecher com uma mineradora de diamantes no Médio Norte.

Trinta máquinas (motores possantes e bebedores), 150 homens para alimentar e muitos sonhos.

Diamante é assim: quando você tem muita grana e não precisa dele, o bicho aparece de montão. Pude apreciar essa dádiva 6 anos depois, no mesmo lugar, com menos máquinas e menos homens.

Em 1995 o diamante sumiu. Com dívidas, muita gente para alimentar, lembrei que a AL me devia uns quatro meses de acerto. Fui lá cobrar... Não sabia que o Paulo Leite tinha assumido a Secom.

Pedi aos seguranças que deixassem os trabucos no carro. Um deles, o "mais esperto", achando que estava entrando num dos cabarés do garimpo, entrou na AL com um 38 todo enferrujado, mas com 6 balas no tambor.

Ao adentrar na sala do secretário, fui recebido por um Paulo Leite raivoso, embrutecido pelos quatro anos de cacetes recebidos na gestão Jayme, e querendo vingança a qualquer custo por denúncias feitas contra ele e família Campos.

Sem nada para publicar contra o então secretário, um dia (1993), bêbado, descobri que estava sendo penalizado por uma estranha anomalia no "toba". Podia ser um simples hemorroide.

Não deu outra. A manchete do dia seguinte (meu Liberal era diário) foi: "Castigo Divino tarda mas não falha... Paulo Leite está milionário, mas canceroso na região anal!"

Ganhei um inimigo mortal para o resto da vida.

Pois bem, ao adentrar na Secom AL, percebendo que tudo desandaria para uma pancadaria fatal (para mim), iniciei de pronto um "bate-boca" com o secretário, bem alto.

Logo a porta foi "arrombada", entrou a turma do "deixa disso" e também meus seguranças.

Também os seguranças da Casa,policiais que nos detiveram numa ante sala presidencial.

Logo duas viaturas da PM estavam paradas na porta, esperando pelo "embarque".

Um tenente e um coronel PM (mais tarde seria comandante da Guarda Municipal de VG), esperavam apenas por uma decisão superior. Provavelmente entraram em contato com o presidente Gilmar Fabris...

E ela veio: Fomos liberados depois de (eu) prometer ao secretário Paulo Leite, na presença de todos, que nada tentaria ou mandaria atentar contra sua pessoa; depois de apreendido o revolver, fomos liberados para desgosto de muitos policiais e alguns "amigos jornalistas" já a espera do engaiolamento.

A partir daí percebi no Paulo Leite, além de um profissional competente, também um ser humano com outras ótimas qualidades. E nunca mais o pertubei nos cargos que passou a ocupar, desde essa época.

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