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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

ROUBALHEIRAS NO GOVERNO MT
 Eder relata que Silval ficava com parte do dinheiro de esquema 


 Nos depoimentos prestados aos promotores de Justiça do Ministério Público Estadual entre fevereiro e março deste ano, o ex-secretário de Fazenda Eder Moraes (PMDB) citou o envolvimento do governador Silval Barbosa (PDMB) num suposto esquema de lavagem de dinheiro para pagamento de dívidas de campanha utilizando o Bic Banco Mato Grosso, construtoras e factorings. Ele relatou que as movimentações financeiras eram feitas para pargar dívidas por intermédio de agiotas e disse que somente para a construtora Encomind foram pagos R$ 22 milhões utilizando o esquema. Ainda de acordo com o teor dos depoimentos de Eder, o grupo de Silval ficava com pelo menos 50% dos valores repassados para as construtoras. A Ecomind é uma das empresas investigadas na Operação Ararath e seu dono, o empresário Rodolfo Aurélio Borges de Campos, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e falsidade ideológica. No depoimento, Eder disse que a empresa recebeu cerca de R$ 22 milhões em precatórios, oriundos de passivos que a construtora tinha com o Estado. Desse valor, conforme o ex-secretário disse aos promotores, R$ 12 milhões foram repassados como para o governo Silval Barbosa como retorno. 

 Eder agora tenta anular os depoimentos prestados aos promotores de Justiça Ana Cristina Bardusco e Roberto Aparecido Turin sob alegação de que ele mentiu. Justifica que estava sob forte domínio emocional, motivado pelo fato de ter sido preterido na indicação para ocupar uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado (TCE) que hoje é preenchida pelo ex-deputado estadual Sérgio Ricardo (PR). De acordo com Moraes, ele e o governador assinavam notas promissórias quando o dinheiro era retirado junto a factorings, entre elas a Globo Fomento Mercantil, do empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, que está na condição de delator premiado do esquema. Eder assumiu que era o responsável por “garantir” os desembolsos e dessa forma era sempre procurado por Silval, por alguns de seus secretários. Afirmou ainda que a Procuradoria Geraldo Estado (PGE) tinha conhecimento do esquema, era conivente e ficava com uma parte do dinheiro. Num trecho do depoimentos, Eder cita o nome de João Virgílio que à época comandava a PGE. “Ele também sabia, era o procurador-geral da época, e os pareceres finais me dando a legalidade para o pagamento ou não tinham que ter a homologação dele, então em muitas situações, ele sabia e várias vezes foi comentado isso. Daí você sabe é retorno para resolver problemas de campanhas que tá em aberto”. Ele também menciona os ex-secretários Geraldo De Vitto (Administração) e Vilceu Marchetti (Infraestrutura) que morreu assassinado este ano.

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