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sábado, 21 de outubro de 2017

JOGO SUJO!
MILITAR REVELA EM DETALHES COMO A  FAMÍLIA TAQUES MONTOU "CENTRAL DE GRAMPOS" PARA GANHAR ELEIÇÃO A GOVERNADOR EM 2014 E CONTINUAR ESPIONANDO ADVERSÁRIOS POLÍTICOS EM MATO GROSSO

CABO GERSON, HOJE SOB PROTEÇÃO DA JUSTIÇA, CORRENDO RISCO DE SER ELIMINADO POR SE TRATAR DE "TESTEMUNHA CHAVE" NO CASO "GRAMPOLÂNDIA PANTANEIRA"

FONTE: NOTÍCIAS DO NORTÃO/MÍDIANEWS

O cabo PM Gérson Correa – réu na ação penal que apura o esquema de grampos ilegais operado em Mato Grosso - afirmou que um encontro realizado no restaurante Reserva, na estrada de Chapada dos Guimarães (65 km de Cuiabá), “selou” o pagamento de apoio de R$ 50 mil para bancar o início da chamada “grampolândia” em 2014. Segundo o militar, participaram da tratativa ele e os ex-secretários de Estado Paulo Taques (Casa Civil) e Evandro Lesco (Casa Militar), que naquela época ainda não exerciam qualquer cargo no Governo. Todos estão presos acusados de integrar o esquema. “Montei um projeto onde relatei as necessidades tecnológicas e também da parte de hardware (computadores, disposição das salas, policias, fones de ouvido, entre outros utensílios) a serem utilizados para implementar a interceptação telefônica”, disse o cabo em seu interrogatório. "Foi assim que eu e o coronel Lesco nos dirigimos até um restaurante na estrada de Chapada, de nome Reserva. Lá encontramos com essa pessoa que iria arcar com essas despesas, que era o senhor Paulo Taques  (representando outra pessoa, que, logo no primeiro encontro o  cabo saberia ser o então candidato a governador pelo PDT, Pedro Taques. Daí a razão de escutas em adversários políticos em plena campanha eleitoral). O projeto foi levado ao ex-comandante da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, em setembro de 2014, em plena campanha eleitoral. Na sequência, Gerson disse que teria sido comunicado pelo coronel Lesco que eles se reuniriam com uma pessoa que bancaria as despesas. “Foi assim que eu e o coronel Lesco nos dirigimos até um restaurante na estrada de Chapada, de nome Reserva. Lá encontramos com essa pessoa que iria arcar com essas despesas, que era o senhor Paulo Taques”, afirmou Gerson. As afirmações constam em interrogatório prestado à Polícia Civil, na última segunda-feira (16). Na ocasião, ele afirmou ao delegado Flavio Stringueta que tinha o interesse em colaborar com as investigações e detalhou fatos relativos aos grampos ilegais.

“Limpeza na PM”

O militar afirmou que entrou no esquema por volta do mês de agosto de 2014, quando foi chamado pelo coronel Zaqueu Barbosa para iniciar um “projeto de limpeza” na Polícia Militar. “Ele me telefonou, pediu uma conversa particular. Fui até o comando-geral e conversei com ele pessoalmente. Nessa ocasião, ele me disse que estava com a intenção de iniciar um plano de limpeza de policias com desvio de conduta, notadamente na região de Cáceres. De pronto me coloquei à disposição”, disse o cabo. Gérson contou que, ao aceitar a missão, passou a ter contato via-email com a empresa responsável pelo sistema Wytron (usado para realização de escutas), cuja sede é em Minas Gerais. O objetivo era saber os custos para desenvolver os grampos. “Tivemos retorno da empresa que teriam alguns custos para adquirir o ‘hardlook’ que é estilo um pen drive, de liberação do software. Em relação às placas, a empresa deu a resposta que era uma placa de 16 canais fixos e 16 canais móveis, totalizando 32 canais para redirecionamento de desvio das operadoras de telefonia para a plataforma”, explicou o militar. Ele (Paulo Taques) demonstrou que sabia da plataforma, perguntou alguns detalhes técnicos como funcionaria e eu respondi. Também nessa data é que eu, particularmente, tomei conhecimento que essa plataforma seria também utilizada para conotação política “Tão logo, tivemos alguns obstáculos, que foram obstáculos financeiros para aquisição desse hardlooks. Nessa ocasião mantive contato com o coronel Zaqueu e fiz a descrição do projeto”, completou. Segundo Gérson, até então ele tinha conhecimento de que as escutas teriam o objetivo de fato de realizar serviços de “limpeza” na PM.

  “Interesses políticos”

Segundo Gerson, somente no encontro realizado no restaurante em Chapada dos Guimaraes é que ele entendeu que as escutas seriam utilizadas também para fins políticos. “Era 2014, se não me engano, o Paulo Taques era um dos organizadores ou chefe da campanha do então candidato ao Governo, Pedro Taques. Naquela tarde que nos encontramos no restaurante - eu o coronel Lesco e o senhor Paulo Taques - explanamos a ele esse projeto”, afirmou o militar. “Ele demonstrou que sabia da plataforma, perguntou alguns detalhes técnicos como funcionaria e eu respondi. Também nessa data é que eu, particularmente, tomei conhecimento que essa plataforma seria também utilizada para conotação política, alguns interesses políticos”, disse.  Ainda conforme o cabo Gerson Correa, passado um tempo do encontro no restaurante, parte dos R$ 50 mil lhe foi entregue pelo coronel Lesco. Ele e Lesco teriam ido buscar o dinheiro em um escritório localizado no Bairro Consil, em Cuiabá. “Me recordo que foi no mês de setembro, eu e coronel Lesco fomos até um escritório. Nessa ocasião, o coronel Lesco adentrou nessa residência e veio de lá com montante de R$ 50 mil que foi repassado pelo senhor Paulo Taques”, disse. Segundo ele, Lesco lhe repassou cerca de R$ 13 mil e guardou o valor restante para “futura demanda financeira”.

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