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terça-feira, 3 de outubro de 2017

Após escândalos Pedro Taques decide que não vai disputar reeleição e comunica fato ao ex-senador Jayme Campos


(Por Reinaldo Stachiw/FOLHA DE TAPURAH)

O caso da central dos grampos seria apenas mais um, como tantos outros, com investigação limitada e punição localizada. Mas depois de tantas prisões, e ver perdendo o apoio do seu braço jurídico, que sempre foi seu principal ‘cabo eleitoral’, a decisão foi tomada. Ou pelo menos é isso que tentará transmitir até a poeira baixar.
O dano ao Palácio Paiaguás não seria grande, seja do ponto de vista institucional ou político, se ele tivesse alguma habilidade política ou de diálogo. Isso porque o povo não se preocupa com quebras de sigiloso, portanto, continuariam apoiando e votando em Pedro Taques.
Mas, o “grande estrategista” palaciano Paulo Taques colocou tudo a perder, especialmente ao envolver o Desembargador Orlando Perri, pois houve tentativa de intimidação contra ele, o que elevou a temperatura e acendeu o que se chama espírito de corpo. A justiça, enfim, abriu os olhos para o que o Muvuca Popular repetiu durante os últimos três anos.
O modo de agir de Pedro e Paulo Taques é o que todos conhecemos, especialmente o titular deste site. Lembre-se que não apenas revelou um drama particular e familiar, como queria que a Justiça considerasse o jornalista Muvuca um louco, e o prendesse.
Esse “partir com tudo para cima do adversário” foi adotado pelo Governo Taques, com a judicialização de questões sindicais (greves não são negociadas pelo governo) ou salariais (o governo Taques se sentia confortável mandando os casos para Justiça).
Pedro Taques se torna rapidamente irritado em negociações, e em qualquer contrariedade toma o fato como ofensa pessoal. O reflexo no staff é visível. Há um secretariado sem criatividade ou proatividade, e o pior, pouquíssimos vão a público defender o Governador preferindo afagar o seu ego e tramando contra os desafetos durante as reuniões no Palácio Paiaguás. Claro, agora com reuniões mais restritas, já que uns estão afastados, outros presos.
O objetivo dos grampos telefônicos se destinavam a antecipar movimentos dos desafetos (e sejamos justos, nenhum governante abre mão de grampos, legais ou ilegais, ainda que disfarçados na modalidade “barriga de aluguel”). Porém, na atual gestão os grampos saíram do controle e também serviram para puro prazer e deleite palacianos, uma espécie de satisfação espúria em saber, e segundo a Deputada Janaína Riva, em divulgar intimidades dos grampeados.
É claro que tudo é culpa do Governador, pois a sua gestão, com cada membro do staff escolhido, e a orientação do governo e a sua inspiração, é puramente de Pedro Taques. A única saída para Taques é apoiar as instituições, em especial o TJ, se afastar discretamente do MPE, e deixar que os envolvidos sejam punidos sem nenhum remorso. Isso porque não apenas sua carreira política está comprometida, como sua vida de liberdade também está em risco. Seu desejo de ir para o STF também é tão distante quanto a própria reeleição. O fim de Taques é Bauxi, ou o CCC.
Muitos vão acusar, ou incitar, o Governador por abandonar amigos pelo caminho (caso dos militares), mas o Pedro Taques tem que fazer o “corte”, ou seja, quem está comprometido deve ser abandonado para que as investigações não o alcancem.
A estratégia é encontrar alguém que se responsabilize por tudo e o único nome viável é Paulo Taques. Isso porque tudo aponta para ele, incluído o grampo sobre a amante e sobre o jornalista que mandou prender por incapacidade mental. É claro que haverá anos de prisão. Para Paulo o Pedro vale a pena? A resposta é não. Eles não são amigos. Pedro Taques não tem saída, e seu governo pode até terminar antes do fim de 2018.
Em tempo: O governador também comunicou a decisão a Jayme Campos, que se colocou à disposição para disputar o governo. A propósito, a reunião aconteceu na própria casa de Jayme. Mas pelas costas há uma manobra do próprio Taques para tornar Jayme inelegível. A estratégia, portanto, pode ser uma tentativa de colocar outro personagem na linha de tiro e sair um pouco do foco, principalmente do judiciário. 



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